sexta-feira, 12 de abril de 2019

Amar

Não sei o que o futuro me reserva, mas ter você nos meu planos é uma das minhas metas.
A 10 anos atrás eu dizia a mesma coisa, quando me dava vontade de escrever e demonstrar o meu amor por você em palavras, porque nos gestos, você sabe que não é preciso.
Eu sempre dizia que não sabia o que o futuro me reservaria em relação a nossa amizade, talvez nós poderíamos nos perder, nos soltar, mas não quisemos. Não foi necessário.
Ter você é ter uma festa de risos, bons abraços, algumas lágrimas (várias da minha parte). Por mais que eu seja durona hoje e quase não choro, pelo menos não perto de você.
Somos cancerianos, até nisso deus me deu esse presente, saber como eu sou olhando pra você e pra algumas atitudes suas.
Seu abraço é quente igual você, eu tenho tanto orgulho do homem que você se tornou, das suas conquistas, do seu caráter e do seu jeitinho meigo de dizer que não importa o que aconteça: tudo vai ficar bem.
Até às suas fraquezas são bonitas, pois nelas eu te vejo como tu é.
Com você aprendi a relaxar, a não ter muito pudor, a não ter vergonha do que sou.
Com você eu posso contar TUDO, que eu sei que não vai haver um julgamento.
Você me deu tudo em relação a amizade, me deu tudo em relação a cumplicidade e também a amar.
Você me ensinou que eu preciso me amar do jeitinho que sou.
Me ensinou a conversar mais e a brigar menos, ouvir mais e falar menos.
Você simplesmente me ensinou o que é uma amizade sólida, bonita e divertida.
E o orgulho que tenho disso, você não tem ideia.
Continue se mostrando pro mundo, me orgulhando, crescendo e se tornando o que sempre quis.
Como é bom amar você.
Como é bom dizer: Sabe, o Paschoal? Então, ele é meu amigo e meu irmão.

domingo, 7 de abril de 2019

Auto suficiência suficiente?

Ter auto suficiência demais é pecado?
Também seria pecado não sentir-se suficiente entre uma multidão de pessoas que as vezes nem conhece você?
Deixar de se amar, por estar dentro de um lugar tão escuro e vazio, que acaba refletindo fora.
Sentir que usa uma capa e uma máscara, quando não está a sós consigo mesmo.
São esses detalhes tão pequenos que passam sempre na minha cabeça.
A insegurança me parou várias vezes na vida.
Tentei ser uma boa filha e falhei miseravelmente.
Tentei ser amada por outra pessoa, mas isso eu infelizmente não tinha controle, e chorei. Chorei muito, senti uma dor que nunca se quer sabia que poderia sentir.
Tentei uma carreira e falhei, tentei ter uma família e falhei também.
Esse jogo onde sempre perco, onde nunca fui vencedora.
Ter auto suficiência, ser auto suficiente, suficiente. Palavra que não consegui encaixar na minha vida.
Sinto um abismo no meu peito, a sensação de quase cair e/ou me jogar é muito presente na minha vida.
Por que tanta insegura se eu sei que alguma coisa de bom eu tenho dentro de mim.
Eu tenho felicidade dentro de mim, mas não consigo mais externar, quase nunca.
Uma mulher adulta que sente medo de ser apenas ela mesma.
Acho que é esse o problema.

domingo, 30 de agosto de 2015

Reticências

Vinte e oito.
Metade, de muita dor, toda de solidão.
Quando nos sentimos nada pra alguém, qual a decisão certa a ser tomada? Correr pra mais longe de quem no momento estraçalha seu coração, ou mostrar mais e mais, arrastar na cara "ei, eu sou diferente, eu to aqui, não vou te decepcionar" mas eu não decepcionou, eu luto todo dia, toda hora, todo segundo e na primeira oportunidade eu sinto e posso definitivamente estar sendo injusta. Mas na verdade eu não sinto algo diferente de custume. A verdade é que já fui renegada por tantos anos e sinto um medo danado de viver tudo de novo. E eu não tenho forças pra virar as costas e ir embora convicta de que fiz a coisa certa.
Pela primeira vez eu senti vontade de virar as costas e ir embora, de não voltar nunca mais, de encorajar, de mostrar tanta coisa e ver a metade.
Não gosto de metade, não gosto de pouco, não gosto de ser escondida, de viver duas vidas, a que sou na rua e a que sou em casa.
E isso me faz chorar, me faz chorar demais, por que no fundo eu sei onde isso vai acabar. 
Sei que na primeira oportunidade serei deixada de lado pra outra pessoa merecer o seu amor, o amor que tenho implorado em silêncio dentro de mim.
As coisas boas me fazem ficar e esquecer quase tudo, me fazem pensar em não desistir e tentar mesmo sozinha.
Não sei até quando, não sei até onde irei segurar e mostrar uma certa força MENTIROSA, pois nada disso é força. Tudo isso é falta de amor próprio, falta de tudo por mim. E aquela sensação de não ser o suficiente não passa, só aumenta. E eu só quero saber até quando. Até onde irei com tanto sentimento, será que no mesmo buraco que a 3 anos atrás? Será que marquei a vida, será que serei lembrada daqui a algum tempo? Que minha falta será sentida? Não sei.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Verão

A quase um verão eu me apaixonei, novamente e pela segunda vez. Eu vi o seu sorriso enorme, sorrindo e debochando de um show. Naquele momento eu queria saber mais dele, não sei se pelo álcool ingerido ou pelo desespero de me sentir viva novamente. Naquele dia não deu. Fui para um lado e ele eu não sei para qual foi.
Dias depois eu não tinha me esquecido dele, isso não podia acontecer. Eu só simplesmente deixei para lá. Tão derrepente ele aparece e eu que não sabia o que dizer apenas sorrir (do lado de cá) e trocar idéia, idéia essa muito boa.
Numa tarde/noite de um verão tão intenso nos programamos e nos encontramos. Senti o calor do seu abraço e de um beijo roubado. Lembro de exatamente tudo, sua roupa: uma blusa listrada, uma calça (um tanto quanto larga) e um cinto que não parecia apertar nada. Lembro do sorriso e da forma que me tocava. Não sei medir a exatidão daquele momento, nem das tantas emoções.
Banhados a álcool, fomos pra casa, dormirmos juntos e eu senti ali o quanto eu queria tudo aquilo. Para mim foi uma das melhores coisas que podia e sabia fazer naquele verão.
As coisas aconteciam depressa (apenas para mim) mas tudo bem. Tudo podia ser deixado como era, tirando o fato de que eu estava apaixonada.
Esse verão foi vivido intensamente e me fez duvidar da primeira vez que me apaixonei, me perguntava todos os dias se em toda minha vida eu amei de verdade (como me pergunto se isso agora que escrevo um dia foi amor). Eu não queria perder, essa é a verdade.
Contei tudo para ele, do sentimento, do medo e a resposta foi negativa. Ele me deu um tapinha nas costas e me mandou viver nesse mundo enorme. Não o julgo, ele fez o seu melhor, ele se abriu pra mim (mesmo não conseguindo ser o máximo sincero) e eu senti orgulho disso. Se abrir pra ele era como sair da prisão depois de 21 anos sem a luz do sol.
Assim que o verão acabou, tudo nosso também se foi. O outono chegou e com ele me trouxe a falta, saudade, desespero e a insanidade.
Nesse outono eu me senti perdida, no inverno também. Senti medo, me senti como num penhasco pronta para pular, mas aqui não existem penhascos e continuei dentro do ônibus, saindo para toda a vida que tenho.
Ele fez o seu melhor e eu consigo enxergar, por isso não consegui deixar de amar de estar por perto, eu mantive uma amizade peculiar com ele porque eu não imaginar a minha vida sem ele. Eu tentei ao máximo sufocar a mim e os meus sentimentos.
Nem sempre eu conseguia. Eu estava tentando dançar conforme a musica.
Largar mão dele era como largar o cigarro, era tão doloroso quanto descobrir que tenho uma doença terminal.
A primavera chegou e com ela a sensação de renovação que até agora não aconteceu. Tudo está correndo tão rápido, o verão está próximo e o suor dos nosso rostos e corpos parecem estar no mesmo lugar, a cor da pele dele parece tão viva ao lado da minha. O som do sorriso de satisfação, os murmurios e as tosses noturnas parecem estar aqui, até a paralisia do sono que aconteceu e me matou de quase desespero e me fez velar seu sono deitada no seu peito. As brincadeiras que me fazia, o carinho nos cabelos e o cafuné. As fotos que tiramos se perderam no tempo/espaço, mas não aqui no coração. Tenho ela ainda aqui, e fecho os olhos e lembro do meu sorriso tímido e do sorriso dele (que ele odiou) sinto-me melhor hoje, sinto que preciso amar, que preciso sentir o amor do mundo por mim. Sinto que devo lembrar-me apenas do seu sorriso. Apenas ele não me faz mal.
Aquele verão ele me fez sentir amada, me fez sentir inteira, dadas as circunstâncias da vida eu sei que nada pode ser por obrigação. Eu só sei que sinto-me no desespero de me esquecer desses momentos. Mas vai além de mim e de meus questionamentos. Esse tempo que logo completará um ano me fez alguém melhor. A sensibilidade sempre aflorada vez ou outra, se conteve.
Te agradeço, por quase um verão num sentimento que já não tinha ciência, te agradeço por ter feito o melhor que pode, te agradeço por seu ato de coragem e tudo que tentou da melhor forma que pode fazer por mim, nunca irei esquecer você, nunca conseguirei achar tamanha sensibilidade e bondade em alguém como achei em você. O sentimento que tenho e sinto aqui guardado, me fez crescer e digerir a vida e suas razões múltiplas de que nem sempre podemos ter tudo que queremos. Mas o orgulho que tenho de ti me faz ser alguém melhor. Me faz fechar os olhos e ouvir/ver o céu se abrindo para mim, me fazendo ser alguém melhor.
Eu nunca irei te esquecer.
Eu nunca irei esquecer aquele verão.
Eu sempre irei lembrar de quem eu era quando te conheci.
Eu sempre irei lembrar de quem você era e como mudamos e continuamos os mesmos.
Eu nunca senti amor e respeito pela vida do que sinto agora.
Talvez seja necessaria uma experiencia de quase morte para a gente se sentir vivo..

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Anjo

2014 foi um ano com mais alegrias que tristezas.
E foi nesse ano que conheci, sem querer num chat um anjo que jamais pensei que fosse ter tanta importancia em minha vida.
Normalmente quando gosto, gosto mesmo.
Gostei dela, gostei dela simplesmente porque ela me faz rir umas 500 vezes ao dia.
Gosto dela, porque ela também gosta de mim. Gosto dela porque ela ouve meus zilhões de problemas (todos os dias, desde que nos conhecemos) gosto tanto dela, mas tanto que me sinto na obrigação de fazer ela feliz, mesmo estando agora mais longe.
Anjo, isso que você é pra mim.
Obrigada, obrigada, obrigada.. um zilhão de vezes obrigada por todo amor e carinho comigo (mesmo você sendo um doce comigo, pra não dizer ao contrário)
Sentirei na obrigação de agradecer a tudo que ja fez por mim.
Anjo, eu sei que você não é mimimi feito eu e que pode achar isso aqui uma babaquisse e tem todo direito. Mas eu sou assim, você sabe.
Só quero que essas palavras fiquem pra sempre no seu coraçãozinho.
Anjho, você merece TODO amor dessa vida, todos os presentes, cervejas, abraços, bolos.
Você merece ser feliz, merece se dar bem na vida, merece dividir a vida com um cara legal, merece ser amada por todos ao seu redor. A minha parte eu faço e sempre farei.
Sei que confia em mim, e eu também confio em você como confio nos meus melhores amigos, que agora você está incluida.
Porque pra mim, amizade é isso que temos.
Parabéns, queria MUITO de dar uma abraço gigantesco como dei a um mes atras.
Vamos logo matar essa saudade, viu!
Te amo meu bebe, te amo meu bebe <3 font="">

terça-feira, 1 de julho de 2014

Carta numero três

Andar sem sentir medo, sem se lamentar do que um dia foi.
Lembrar que o virá, ainda irá chegar.
Sorrir com suas lembranças, alguns dias tão perturbadores que fica quase impossível por a cabeça no lugar.
Sair de manhã pra subir a trilha, chegar la no topo e ver o que a vida pode ser se eu quiser ser livre e feliz.
Sair para ver o sol se por e pensar no quanto seria lindo se você estivesse comigo, mas não está.
Não lamento, a vida é feita de escolhas, as vezes escolhas que podem nos machucar pra valer, vai saber se um dia também se sentiu como eu agora.
As vezes me apego num erro qualquer pra tentar justificar o injustificavel "ele só não está tão afim assim de você" isso doeu, doeu ouvir isso. Que mulher não sentiria essa dorzinha no ego.
Mas te entendo, já fiz alguém sofrer por escolher outra pessoa e hoje vejo o quanto ele sofreu.
Me divirto, falo pros amigos que agora só quero dar e ser feliz, mas sempre que começamos uma conversa séria na sinceridade, eles param e sempre dizem "Caren, a quem você quer enganar, sua alma é tão doce que você é aquele tipo de mulher que quer dormir todo dia com a mesma pessoa pra sempre". 
É! quem me conhece que me compre, sou assim mesmo.
Só quero aprender a ser mais dura com a vida, com tudo que me faz mal.
O carinho que ainda sinto por você, a admiração que ainda tenho aqui dentro do peito são fundamentais para me manter feliz pelas suas escolhas, feliz pela sua felicidade, feliz por saber que sabe o que é ser amado por alguém e torcendo com toda minha alma por sua maturidade, responsabilidade e felicidade.
Amar, amar é não sentir inveja, não sentir raiva, não sentir medo dos julgamentos, amar é só isso.
Te sentir feliz, mesmo longe de mim, mesmo nos evitando para não ultrapassarmos a fronteira do respeito.
Te amar, me lembrar das poucas vezes em que te senti tão perto, tão suado que me fazia ter medo. Medo de "amar" instantaneamente seu sorriso, sua magreza, seu olhos, suas mãos tão magrelas e até seu jeito de falar engraçado.
Uma pena tudo ter sido tão depressa e que hoje faço questão de fechar meus olhos e lembrar de cada pedacinho seu. Sem dor, sem lagrimas, lagrimas essas que agora rolam porque é inevitável.
Lembrar daquela briga estupida, da minha estupidez pra não fazer errado das próximas vezes. Lembrar do que me disse na ultima vez que nos falamos ao telefone "você tem algo de muito legal, eu consegui ver isso, não consigo mais, mesmo você sendo escrota, eu vejo algo tão bom em você" e sim, me agarrei a isso, como prova de que errei mas que minha essência é tão doce como só as pessoas mais próximas a mim conseguem ver.
É, meu caro. É duro as vezes carregar isso, esse sentimento que até hoje me parece tão infundado, tão do nada que me pergunto se é real.
Pra você,  hoje fica minha torcida, fica a minha admiração.
Com muito amor, de mim.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Tudo de você

Eu não sei explicar a razão, mas alguma coisa bateu muito forte desde o primeiro dia que trocamos meia dúzia de palavras.
Mas acho que foi a meia dúzia de palavras que mais me marcou até hoje.
Eu tava de saco cheio de dar murro em ponta de faca.
Era melhor ficar sozinha do que ter alguém só por protocolo, porque é o socialmente esperado.
Eu nunca dei bola pra isso. Tô me lixando pro socialmente esperado. Sou o tipo da pessoa que come bife na sexta feira santa, você sabe disso.
As tais borboletas no estômago eram uma utopia para mim. Mas confesso, você me provou que elas existem e promovem rebuliços dentro de nós - intermináveis eternos enquanto durem ou, no meu caso, simplesmente eternos, já que a atual perspectiva indica que nunca deixarão de existir. Ou, se a vida tomar outro rumo e eu encontrar alguém que promova em mim 10% do que você foi capaz de promover, ainda sim, você permanecerá enraizado tal como uma tatuagem. Não haverá técnica de remoção que te tire de dentro de mim. Até porque, eu não quero. Veja bem, não é autoflagelo, é apenas vontade de perpetuar aquilo que foi bom, apesar do fim. Mas que fim, se você fez casa e ninho aqui dentro?
Catulo já disse que “é difícil, de repente, livrar- se de um longo amor”. Concordo em gênero, número e grau. Inclusive "longo" é uma questão de ponto de vista e de intensidade e isso não se mede. Se sente. Não é qualquer um que te arrebata com tantas coisas, incluindo o inesquecível dia que te entreguei seu presente de aniversario, um dia qualquer até então daqueles em que se está tão, mas tão casual que a desconstrução do personagem que fazemos para impressionar quem nos interessa, é o nosso maior charme.
Eu trajava um vestidinho indiano, cabelo bagunçado, zero de maquiagem e você, uma
bermuda. E a gente só precisava mesmo disso. E da “magia” que estava naturalmente no ar.
Mensagens dulcíssimas no celular – tão doces que me faziam crer que daria formiga na minha tela -; telefonemas com súbitos e adoráveis convites tarde da noite, saídas sem qualquer planejamento especial, porque na realidade o especial era estarmos juntos.
Jogo aberto e revelações que, diante do tamanho do meu sentimento, seriam completamente ultrapassadas, transpostas, irrelevantes. Sem contar as partes inconfessáveis publicamente dessa história, aquelas que só nós sabemos, os segredos que trocamos, as confissões feitas só entre nós e sobre nós mesmos, as aventuras que eram motivo de altas risadas e todo o resto inerente a uma intimidade que é imperecível e que foi única – pelo menos pra mim. E em certos detalhes, creio que pra você também. Não sou tão plena com ninguém como sou com você.
Veja bem, não digo “fui”, porque na realidade, o tempo é presente. Passeio até você com certa recorrência e me enrosco nas lembranças e nos teus braços sem que sequer tome conhecimento.  É um ato solitário, "como uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer. Talvez você até imagine, porque a minha discrição tem limites muito tênues e se tem uma coisa que você não é, é burro. 

Há uma música do Milton Nascimento que diz: “quanta saudade brilha em mim, se cada sonho é seu”. Cada sonho é seu e será até que volte a se tornar realidade (embora eu não tenha expectativa a esse respeito) ou até que eu aprenda a conviver com isso. Fiquei marcada como gado, uma marca que ninguém vê, mas que eu sei que está ali e
que você, só você, é capaz de notar no meu olhar – porque ninguém foi tão fundo em mim. E sei que nos meus olhos, há nitidamente o seu reflexo – brilhando, tinindo, constantemente polido e relembrado. Memória das mais doces, mesclada a um prazer – no sentido amplo e mais profundo da palavra – arrebatador.
Repito: não é auto flagelo ou saudosismo de boteco. Não é nostálgico ou pesaroso. Não é
lamento. Eu desejo muito a sua felicidade, onde quer que seja e esteja. O que eu sinto apenas é: Quero ficar no teu corpo, feito bailarina que logo te alucina, salta e te ilumina, quando a noite vem”. Não interessa quanto tempo durou, se pouco ou muito, porque eu não meço a intensidade de alguma coisa pelo calendário.

O que importa é que eu agradeço por ter tido você. Inegavelmente foi a oportunidade de
conhecer de perto algo que eu buscava há muito tempo: um sentimento que o mar não
fosse capaz de apagar na areia, simplesmente porque ele está gravado em mármore, em algum lugar privilegiado e bonito desse meu coração já ligeiramente cansado de lidar com isso ou esperar por algo que eu nunca quis que tivesse me escapado pelos dedos. Não precisa haver mais nada para que eu tenha isso gravado na memória das minhas retinas tão fatigadas, como diria Drummond. É bonito. Isso basta. 

Até que – dificilmente– se prove o contrário, sua imagem será doce, inesquecível e perene, caminhando - ainda que de forma invisível, não publicável, secreta, velada - comigo. Meu palpite? Nunca serei, por mais que eu me apaixone por alguém (o que pode acontecer, de fato, embora eu tenha me acostumado com o seu "padrão de qualidade" e tenha me tornado uma pessoa extremamente exigente), tão de alguém como fui e de certa forma me sinto sua.
Nunca. Sou capaz de apostar dinheiro. Sei que ganho.