quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A pureza dos seus olhos

Anjo, que me livrou de dores internas. Anjo, que me apareceu trazendo sorrisos, ciúmes e a cor que tanto precisava.
Anjo da bondade, lhe faço uma prece, lhe sigo a cada canto em pensamentos sólidos e bons.
Anjo de luz, a pureza em seus olhos mesmo empunhando um cigarro e um copo de chopp é latente ao que não fuma, não bebe mas é mal e peverso, carrega a maldade nos olhos.
Mas me tira desses olhos meu anjo, me tira dessa chuva com tantos pesos a tiracolor.
Tira meu baton carmim dos lábios, me tire da minha cama e me leve pra sua, me ame como nunca fui, veja através dos meus olhos e roupas molhadas.
Ah, me tire essas roupas molhadas e me faça um chá quente. Estou delirando, me tira essa febre. Me traz sua vida e junte a minha.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A estupida viagem

Acordo, tomo água. Me deito tomo lembranças. Sonho onde tudo que foi passado também foi um sonho. Me encanto, me alegro. Convenhamos, não sou de ferro. Mas me desespero, me entorpeço a cada música cantada com um tom de você, me mato aos poucos como o alcoólatra ou o fumante. Eu morria de medo de tudo, medo de onde poderiamos chegar. Sonho te vendo tão longe, tão avesso ao que foi. Não dói tanto, a diferença que hoje o que eu achava ser dor é como uma grande cratera na terra. Escura, negra e vazia. Não vou dizer que sou tudo isso, mas sinto tudo isso. Fomos tão longe. Pena não ser uma viagem a Paris, pena. Fomos longe, tanto que pra onde fomos não existe passagem. Fomos para o mundo da burrice, da estupidez. Guardo seu bilhete com o número do ônibus que deveria pegar até hoje. Guardo cada não, cada humilhação pra ver se me sinto tão forte, mas nada resolve, nada muda. O Rio continua o mesmo, lembrando cada andança minha num mundo onde o seu já não é meu. Onde ser feliz se tornou obrigação e não opção. Me acostumei a não falar horas e horas por ai com sua parte boa da história. Sonho e estou no seu quarto azul céu procurando algo meu ali, procurando aquela carta cheia de tudo, confusa e onde prometia lhe amar por tanto tempo, ou mais até do que prometi. Não achei, não achei as palavras mais sinceras e mais difíceis que escrevi. Não quero cumprir essa promessa ' sempre te amei, mesmo quando não tinha trabalho descente, te amei ontem, hoje e para sempre' estou me esforçando para não cumprir minha palavra. Acordo, cigarro, rede, lagrima e cratera.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

As cores, a carta e o luto

Ela vem andando nas areias úmidas e fofas. Mal sabe ela que a olho a tanto tempo, desde o seu luto que me parecia eterno. Desde a carta em que escrevia, e soluçava. E cada soluço machucava minha alma. Mas hoje ela está tão leve, mais leve que a brisa que levanta seu vestido e me mostra suas pernas; pernas essas que ela fazia questão de esconder do mundo e de mim. Penso cá comigo 'Ela agora se aceita e se ama do jeito que é'.
Seus olhos um lago profundo e brilhante, mal sabe ela que tem o dom de sorrir com os olhos. Seus lábios com o vermelho qur lhe cai bem, mas ela nem imagina o quanto.
Outra brisa, que bagunça seus negros cabelos e desapruma a rosa presa nele. Mas ela nem liga, a recoloca no lugar e ginga pra lá e pra cá, numa dança só dela, numa dança de andar.
Gosto de lhe ver assim, morena em tantos tons: laranjas, vermelhos, verdes e azuis. Isso é mais você, morena. Sua simpatia me encanta, suas pernas me afligem e me tiram do marasmo. O marasmo dessa janela lateral.