domingo, 30 de agosto de 2015

Reticências

Vinte e oito.
Metade, de muita dor, toda de solidão.
Quando nos sentimos nada pra alguém, qual a decisão certa a ser tomada? Correr pra mais longe de quem no momento estraçalha seu coração, ou mostrar mais e mais, arrastar na cara "ei, eu sou diferente, eu to aqui, não vou te decepcionar" mas eu não decepcionou, eu luto todo dia, toda hora, todo segundo e na primeira oportunidade eu sinto e posso definitivamente estar sendo injusta. Mas na verdade eu não sinto algo diferente de custume. A verdade é que já fui renegada por tantos anos e sinto um medo danado de viver tudo de novo. E eu não tenho forças pra virar as costas e ir embora convicta de que fiz a coisa certa.
Pela primeira vez eu senti vontade de virar as costas e ir embora, de não voltar nunca mais, de encorajar, de mostrar tanta coisa e ver a metade.
Não gosto de metade, não gosto de pouco, não gosto de ser escondida, de viver duas vidas, a que sou na rua e a que sou em casa.
E isso me faz chorar, me faz chorar demais, por que no fundo eu sei onde isso vai acabar. 
Sei que na primeira oportunidade serei deixada de lado pra outra pessoa merecer o seu amor, o amor que tenho implorado em silêncio dentro de mim.
As coisas boas me fazem ficar e esquecer quase tudo, me fazem pensar em não desistir e tentar mesmo sozinha.
Não sei até quando, não sei até onde irei segurar e mostrar uma certa força MENTIROSA, pois nada disso é força. Tudo isso é falta de amor próprio, falta de tudo por mim. E aquela sensação de não ser o suficiente não passa, só aumenta. E eu só quero saber até quando. Até onde irei com tanto sentimento, será que no mesmo buraco que a 3 anos atrás? Será que marquei a vida, será que serei lembrada daqui a algum tempo? Que minha falta será sentida? Não sei.

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