segunda-feira, 24 de março de 2014

Carta para você (parte II)

Não sei por onde começar a tentar tocar um tanto que seja o seu coração. Só sei que menti pra você durante esses dois meses e tenho lutado por uma conversa digna de pessoas maduras. Talvez seu orgulho seja maior ou até a sua raiva ou falta de interesse nas minhas palavras o que vejo como absolutamente algo normal.
Menti, quando dizia insistentemente que não estava apaixonada ( e sei que sabe que eu estou) mas pra mim, uma pessoa que priva SEMPRE pela sinceridade eu prefiro parecer ridícula e te dizer.
Não sei porque você, se mal te conheço e quando não conhecemos alguém nós nos apegamos ao que QUEREMOS ver. E eu vi uma cara totalmente fechado pro mundo e conhecendo um pouco da sua história de vida mesmo sendo por terceiros eu agiria da mesma forma, vejo um cara divertido até, engraçado, conquistador nato que sabe a quem chamar, sabe em quem chegar e sabe conquistar com as palavras certas.
E eu na quarta/ quinta vez que pude ver isso me encantei, algo em você preencheu o vazio que existe em mim a tantos anos. Algo em você me conquistou e desarmou e bagunçou tudo que existia de concreto em mim (o fato de não querer ninguém, nem me envolver)
Eu senti medo disso: me apaixonar por um alguém que eu não conhecia, por um alguém que eu nem sei onde mora. Mais medo eu sinto agora, pela minha imaturidade, pela minha insegurança e penso (porra Caren, foi só uma transa, deixa de drama e viva sua vida longe desse filho da puta) mas a Caren de essência jamais seguiria esse script, a Caren de essência escreve, parece louca, age como uma pessoa que NUNCA teve amor e que pula de galho em galho mendigando isso. E isso é um tanto verdade.
Mas a Caren do script também é mutável, sofre por meses, anos mas quando diz pra si "acabou" ela nunca mais irá sequer lembrar dessa pessoa. Mas eu não quero isso, é uma briga de egos, de orgulhos, é tudo muito confuso.
A Caren de verdade é uma mulher de 27 anos que mora sozinha desde os 21, que acorda cedo pra trabalhar, que não pede um tostão a alguém, que tem o orgulho próprio, que ama presentear e que tenham algo que ela deu a alguém num quarto qualquer. É uma mulher que não liga se o homem é gordo, magro. alto, baixo, negro, ruivo, pobre ou rico ela gosta da essência, do que ele pode fazer por ela. Além de doce, tanto que isso a atrapalha em tudo, é carente, emocional, chora e chora MUITO com perdas, com finais.
É forte, não liga muito pro que dizem dela, mas algo ecoa por dentro martelando sua cabeça, pra ela se sentar na mesa de um bar com apenas amigos homens e conversar sobre videogame, cerveja, futebol não afeta em NADA sua integridade, sua feminilidade.
É honesta, sonha e quase cai da cama por isso, ama tudo, se apega a tudo.
E é essa Caren que agora lhe diz que está sim, apaixonada pelo que ela viu de você, pelo seu lado mais sombrio e que ela mesmo não querendo respeitou seu espaço, é essa mulher que não tem segurança nenhuma em sua aparência, que se acha a mulher menos interessante do mundo que diz francamente o que queria lhe dizer desde da ultima conversa que tiveram pessoalmente: eu quero você, não me importo como seja, não ligo com quem esteja, só quero que fique aqui comigo quando você quiser estar, por ser tão insegura que aceito tudo do jeito que você quiser, mas fique aqui comigo, porque eu quero você.
E a Caren de agora chorou por 3 dias, secou as lagrimas e foi pro mundo, carregando você e seus olhos que quando acorda ficam minúsculos.
E ela sente saudade do seu cheiro, do seu sorriso.

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