domingo, 21 de abril de 2013

Declarando a saudade

00:56, 1:12.. Dezesseis minutos pensando numa declaração e numa  forma de dizer 'ei, sinto saudade'
Saudade, tá ai uma palavra tremendamente filha da puta.
Principalmente pra cancerianos carentes banhados com um belo repertório: Chico Buarque.
A dias tenho o mesmo sonho, eu na candelária, me despedindo e abraçando uma camiseta ridícula, entrando no taxi, e sorrindo em seguida. Depois eu e ele nos abraçando novamente, eu saindo do taxi, entrando no ônibus e chorando: sabia que seria a última vez que o veria.
Me apego a esse sonho, meus olhos borrados num dia chuvoso com a saudade que já seria a minha companheira.
Lembro-me bem dos seus olhos, da nossa conversa no bar e a minha insistência em não olhar em seus olhos e entregar tudo: a certeza que tive quando te vi, a certeza que nasci no corpo errado, a certeza que nasci na cidade errada ou a certeza que gosto do cara errado.
Tenho certeza de que mesmo com toda a distância é você o cara estranhamente babaca que me faria acordar diferente todos os dias e mesmo assim te admirando e ainda sim me virando a alma umas mil vezes ao dia.
Me faria sair dessa cidade que amo sem a mínima culpa, me faria sentir o frio na barriga que todo mundo sente quando se arruma pra encontrar quem se ama, me faria viva, me faria feliz no mesmo tanto que me fez só ao pensar em te conhecer.
Eu, aqui te sigo, te sinto nas piores horas de completa reclusão e solidão, e sempre caminho contigo mesmo sem você sentir, mesmo sem você querer.

E no fim de uma noite frustante e feliz, ele disse depois de um sorriso enorme para a foto que viria para a posteridade 'isso tudo já é saudade?'
Ela disse apenas 'sim, isso já é saudade'
E continua sendo.

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